Fiódor Dostoiévski

"Sou mestre na arte de falar em silêncio. Toda a minha vida falei calando-me e vivi em mim mesmo tragédias inteiras sem pronunciar uma palavra..."

Fiódor Dostoiévski

Nascido quando Mercúrio retrógrado subia no horizonte, inteiramente refletido na Lua em Gêmeos que se punha, o genial escritor russo escrevia ao avesso, expondo as entranhas em palavras e fazendo delas machado cortante, tal o empunhado pelo jovem Rodion Românovitch Raskólnikov em "Crime e Castigo", capaz de esfacelar-se até si mesmo:

"Não consegui chegar a nada, nem mesmo tornar-me mau: nem bom nem canalha nem honrado nem herói nem inseto. Agora, vou vivendo os meus dias em meu canto, incitando-me a mim mesmo com o consolo raivoso - que para nada serve - de que um homem inteligente não pode, à sério, tornar-se algo, e de que somente os imbecis o conseguem..."

Nascido a 11 de novembro de 1821, 9h47 da manhã na capital russa, Vênus então em Capricórnio achava-se em conjunção exata a Urano e Netuno no primeiro grau do signo da cabra montanhesa, o que reflete também sua afetividade revoltosamente platônica e mística, capaz da compaixão erótica tal a, em eterna busca pela comunhão sem limites:

" Sonho com um amor em que duas pessoas compartilham uma paixão de buscar juntas uma verdade mais elevada."

Para assistir versão cinematográfica das "Notas do Subsolo" clique aqui https://www.youtube.com/watch?v=yb4Q_ZRF55U

Fiel ao seu destino espelhado em Mercúrio retrógrado em Sagitário, sua sombra desce, até quando Moscou existir, as escadarias da estação Dostoyevskaya do Metrô, com seus muros decorados com cenas de algumas de suas obras mestras; subterrâneos aos quais, em compasso com Mercúrio retrógrado em Capricórnio, estou sempre a percorrer através de seus livros.