As Vênus originais de Pindorama
- Antonio Bola Harres
- 12 de jun. de 2022
- 2 min de leitura
Atualizado: 13 de jun. de 2022
Quando em 1 de maio de 1500 os portugueses tomaram posse das terras de Pindorama para fundar o que veria ser o Brasil, Lua e Vênus em Gêmeos espelhavam que nas fundações do feminino que viria a se formar da miscigenação dos caucasianos com as descendentes das estepes mongóis, teria por argila de molde de uma nova Eva tropical, uma libido em eterno desabrochar adolescente que Pero Vaz e Caminha em sua célebre carta relatou a Dom Manuel que exibiam "suas vergonhas tão nuas e com tanta inocência descobertas, que
nisso não havia vergonha alguma".

A quadratura da Lua e Vênus em gêmeos em Peixes assinalam a sensualidade sem lei, ainda virgem da civilidade que lhes obrigariam aos vestidos, sutiãs e calcinhas; ao que com o tempo revidariam com biquinis cada vez mais sumários, até o extremo do "fio dental".
Vênus e Lua em sextil com Éris em Áries e Lilith junto a Marte em Câncer, mostram a face insubmissa e guerreira da mulher brasileira, herdada de sua matriz nativa, com mais da metade dos lares do país tendo por chefe de família e sustento, a avó materna.
Estes símbolos remetem ainda a um feminino fundado nas mais primitivas pulsões mágicas e místicas resultantes da constante comunhão com a natureza e matriz das memórias celebradas em canto e danças coletivos que deram origem tanto às festas de carnaval quanto as procissões religiosas. Guardiãs das florestas, protetoras da vida, sobreviventes do genocídios e extinção, elas estão outra vez vendo sua existência ameaçada por hordas de redivivos bandeirantes, armados de moto serras à guisa de bacamartes. Em 2023 as progressões do mapa astral do Brasil com o Sol em sextil a Lua e Júpiter sugerem que ainda há esperança para os povos originais da Terra das Palmeiras.
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