Eclipse na CPI da COVID
- Antonio Bola Harres
- 5 de jun. de 2021
- 2 min de leitura

Eclipses podem ser comparados a palcos sem luzes, onde os atores se revelam nus e reais, despidos de tofo o esplendor e engrandecimento que a iluminação oferece, brilhando com sua luz própria.
E o que ocorrerá em torno do próximo dia 10 de junho, nos dará mais uma oportunidade de verificar a exatidão do mapa astral do atual presidente, preconizando um momento em que o que há de oculto e omitido na questão da gestão da atual crise sanitária por parte do governo possa vir à tona, especialmente no que envolve a existência de um gabinete paralelo no Planalto para tratar de pandemia.
Por outro lado, a própria CPI se não se mantiver dentro dos limites do que a legislação permite, poderá também perder credibilidade e eficácia.
Sendo que a Casa 11 representa o Congresso, o eclipse reflete a possibilidade de que a casa tramite legislações que possam gerar polêmicas e divisões partidárias, inclusive envolvendo a filiação do presidente, pautas contrárias ao governo e novas e maiores polarizações da coletividade.
Conforme já antecipado aqui, até agosto o atual chefe do executivo irá enfrentar pressões e desgastes crescentes, capazes de gerar impactos significativos para suas ambições de recondução cargo, não havendo, por outro lado, sinais de riscos de crise militar à vista, salvo a prazo, em módicos pazuellos mensais. Afinal, mas não finalmente, o eclipse na Casa 11 também pode ter ressonância com a "pátria de chuteiras" no que diz respeito as controvérsias da realização da Copa América em meio à pandemia no Brasil, as ameaças de queda do presidente da CBF por denúncias de assédio; o contínuo avanço do desmatamento na Amazônia e os altos índices de letalidade da Covid entre as nações indígenas.
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