Saturno direto em direção à última quadratura Urano em Touro em 24/12/2021

As duas quadraturas anteriores ocorreram em 17 de fevereiro e 14 de junho, o quer interpretei de que seria o ano da ressaca após o grande "porre" mundial de 2020, protagonizado pela pandemia do Covid19, espelhado na conjunção de Júpiter, Saturno e Plutão em Capricórnio.

Estou há 49 anos observando os ciclos dos astros , o que é algo ínfimo em comparação com o fato de que a Terra e os demais astros do sistema solar estão por aí girando fazem 4 bilhões de anos.

Mas conforme dizia o ariano pintor espanhol Francisco José de Goya y Lucientes, já beirando os 90, "Aún aprendo!". Encontrar correspondências consistentes com os ciclos em âmbito mundial é algo bastante difícil pois a natureza não percorre seu caminho de forma como exalta a bandeira do Brasil, ordenada e progressiva - às vezes os astros dão marcha a ré, pelo menos como são vistos daqui da Terra -, e um retorno ao movimento de direto de Saturno, por exemplo, pode ser limitado conforme o próprio astro dos anéis simboliza.

Uma ocasião perguntaram ao pisciano poeta Mário Quintana o que ele pensava da estátua que a prefeitura de Porto alegre iria erguer em sua homenagem, ao que jocosamente respondeu:

- Um engano em bronze, é um engano eterno.

Se o papel das estátua é garantir que as memórias transgridam as limitações do tempo e caiam no esquecimento, elas podem ser associado à Aquário, signo que também corresponde aos antiquários e aos museus, espaço das musas que inspiram pelas realizações passadas.

Assim, neste ano de quadratura entre Saturno em Aquário com Urano em Touro temos tido um surto de remoção de estátuas, especialmente as relacionadas à escravatura - atividade relacionada ao signo de Touro porque transforma o ser humano em mercadoria e obriga, mediante subjugação tirana ao trabalho sem qualquer remuneração, visando maximizar lucros.

Aliás, o aquariano Darwin considerou que a escravatura era uma produção cultural exclusivamente humana, até que descobriu que era praticada entre as formigas, comprovando que se trata de uma pulsão de competição por sobrevivência.

Em compasso com a virada de Saturno para o movimento direto em Aquário, surge a notícia de que a única estátua em memória das vítimas do protesto e massacre da Praça da Paz Celestial em 1989 e que se acha erguida no campus da Universidade de Hong Kong, será removida tendo em vista o forçoso alinhamento político do antigo território autônomo com o o governo chinês, desde sua retomada em 1997.

O escultor dinamarquês Jens Galschiot, autor da obra, intitulada o "Pilar da Vergonha" de oito metros de altura, está reivindicando a posse da obra escultura, o que a própria quadratura de Saturno com Urano prfomete que não será fácil.

Aqui, relembrando a mitológica pintura de Saturno comendo os próprios filhos, vemos uma vez mais o quanto as estruturas estatais tendem a ase ossificar e enrijecer, sendo capazes de destruir os próprios cidadãos, seus filhos, para sua própria sobrevivência.

Outra correspondência que se pode chegar com o simbolismo a quadratura de Saturno em Aquário com Urano em Touro é a recente formação de uma nova crosta terrestre na Ilha de Palma, resultante dop derramamento de lava do vulcão que leva o saturnino nome de "Cumbre Vieja" - Cume Velho, já que o ponto culminante de qualquer coisa, vida ou evento está associado ao astro mais elevado que se pode ver no céu, Saturno, a que também se associada a idade avançada por sua lentidão e distanciamento, comportamento comum aos velhos.

Tendo em vista a prática de mijadas territoriais que temos comum com as demais espécies, já está surgindo o debate a quem pertenceria os mais de 3 kms quadrados de superfície produzida pela erupção. Sendo que a presença humana sobre a Terra é recente e microscópica em comparação ao tamanho e idade do planeta, o mais sábio seria parar de erguer fronteiras e marcar territórios, pois quem os possui mesmo é a natureza.

Igualmente, para os que se referem ao corpo como "seu", basta lembrar a impossibilidade de impedir a progressão da idade e seus impactos na aparência para demonstrar o quanto é ilusória a ilusão de poder de posse sobre a forma física.

A natureza é a dona de tudo, o restante mais não passa de um fugaz empréstimo, o que aconselha também a trocar o "perder" por "devolver", já que o caixão não é mais do que um berço invertido.

Por último, mas não finalmente, aproveitamos o mote acima para saudar a devolução à natureza por força de falecimento do último rinoceronte branco em cativeiro, suprema vergonha de nossa espécie, que se arroga o direito de aprisionar outros seres para o próprio deleite e exploração comercial em gaiolas, masmorras, jaulas de circo, parques e laboratórios de pesquisa. Grato a todos que leram até aqui.